Juiz condena escrivã de polícia em Mato Grosso por 10 crimes de corrupção Condenação ultrapassa 34 anos de prisão; escrivã exigia dinheiro para arquivar investigações

Uma escrivã da Polícia Civil de Mato Grosso foi condenada a mais de 34 anos de prisão em regime fechado por corrupção passiva, concussão e prevaricação. A decisão foi proferida pelo juiz Leonardo Lúcio Santos, da 2ª Vara de Paranatinga, conforme informações divulgadas pelo Tribunal de Justiça.
A servidora, cujo nome não foi revelado, solicitava vantagens financeiras indevidas para arquivar investigações criminais e outros procedimentos legais.
Casos de corrupção
De acordo com a ação judicial, há vários episódios que demonstram a conduta criminosa da escrivã. Em um dos casos, ela pediu R$ 50 mil a uma vítima em troca da identidade de ladrões que haviam invadido sua fazenda.
Outro relato aponta que a servidora entrou em contato com uma pessoa via aplicativo de mensagens, convocando-a para comparecer à delegacia sob a justificativa de uma denúncia ambiental. No encontro, teria exigido R$ 10 mil para "resolver a situação".
Em um terceiro caso, um proprietário rural afirmou ter recebido uma multa por desmatamento irregular. A escrivã o convocou para uma reunião na delegacia e, em tom ameaçador, pressionou-o a pagar R$ 18 mil para impedir o prosseguimento da penalidade imposta pelo Ibama.
Condenação e indenização
Os crimes ocorreram entre 2022 e 2023, e a investigação apurou 10 atos de corrupção passiva, seis de concussão e práticas de prevaricação. Diante das evidências, a Justiça determinou, além da pena de prisão, o pagamento de indenizações para as vítimas, fixando valores mínimos a serem pagos a cada pessoa prejudicada.
A sentença reforça o compromisso do Judiciário no combate à corrupção e ao abuso de poder por agentes públicos.
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