Polícia Federal investiga secretário de Saúde Gilberto Figueiredo por suspeitas de lavagem de dinheiro

O secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo (União), está sendo investigado pela Polícia Federal desde fevereiro deste ano, no âmbito da Operação Panaceia, por suspeitas de envolvimento em lavagem de dinheiro. A investigação envolve transações financeiras suspeitas entre ele, seus filhos, Renato e Khadine Figueiredo, e outras pessoas. As informações foram publicadas no jornal A Gazeta nesta sexta-feira (20).
A decisão do desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), Marcus Vinícius Reis Bastos, suspendeu a investigação, alegando usurpação de competência, uma vez que o secretário possui foro privilegiado. No entanto, a decisão também destacou um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) feito pela PF, que aponta pagamentos financeiros atípicos envolvendo Gilberto e seu filho, com transações suspeitas de lavagem de dinheiro entre março de 2021 e outubro de 2023.
Entre as operações suspeitas está uma transação de crédito de R$ 15 milhões, relacionada a antecipação de repasses do Ministério da Saúde, com procuradores Antonio Sergio de Oliveira Amaral e Cezar Emilio Carbonari. Além disso, foram registradas transações envolvendo R$ 329,7 mil entre Gilberto e seu filho. A PF também identificou que Gilberto recebeu R$ 157.500,00 e que Renato Giacomini recebeu depósitos em espécie, incluindo pagamentos feitos com títulos em nome de Gilberto. As autoridades suspeitam de tentativas de burla fiscal, já que as transações estão muito acima da renda registrada.
A Operação Panaceia, deflagrada em 6 de dezembro, investiga um possível esquema de fraude em licitações durante a pandemia, levando à prisão do diretor do Hospital Regional de Cáceres, Onair Nogueira, e ao afastamento da secretária-adjunta Caroline Dobes. Durante depoimento à PF, Caroline afirmou que todos os contratos foram assinados por Gilberto Figueiredo. A operação resultou em 15 mandados de busca e apreensão, dois afastamentos de servidores públicos e o bloqueio de R$ 5,5 milhões das contas de 12 investigados.
Outro lado: Em resposta às investigações, o secretário Gilberto Figueiredo afirmou, por meio de nota, que tomou conhecimento da investigação pela imprensa e que todas as transações familiares seguiram a legislação vigente. Ele se colocou à disposição das autoridades para esclarecer os fatos.
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