Polícia Civil cumpre mandatos contra facção criminosa que extorquia comerciantes em Várzea Grande

A Polícia Civil, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO/Draco), deflagrou nesta segunda-feira (10) a Operação “A César o que é de César”, para cumprir mandatos de prisão, buscas, sequestro de bens e bloqueios de contas de investigados por extorsão, a serviço de uma facção criminosa, contra comerciantes em Várzea Grande.
A investigação identificou dois principais suspeitos que ameaçaram e extorquiram lojistas, exigindo uma "taxa de funcionamento" de 5% sobre o faturamento mensal das lojas, sob ameaça de incêndio nos estabelecimentos. As ameaças foram estendidas a funcionários e familiares das vítimas.
O delegado responsável pela investigação, Antenor Pimentel Marcondes, explicou que a extorsão se tornou a principal prática criminosa da facção para gerar recursos ilícitos. “As vítimas são extremamente amedrontadas, mas cabe ao Estado garantir a segurança e coibir a criminalidade, além de proteger a sociedade”, afirmou.
A purificação começou em novembro de 2024, após denúncias de que os comerciantes estavam sendo coagidos por criminosos da facção. Além da extorsão, o grupo utilizou advogados para monitorar os depoimentos das vítimas, configurando embaraço à investigação.
O principal investigado, OR, conhecido como “Shelby”, é apontado como líder do esquema e possui um patrimônio incompatível com sua renda formal. A Polícia Civil comprovou que ele e sua esposa possuem veículos de luxo e imóveis. O sequestro de bens foi autorizado pela Justiça. Shelby já respondeu a processos anteriores por homicídio, furto, roubo e participação em organização criminosa.
Métodos de intimidação e controle
OR e seus cúmplices abordaram os lojistas sob o pretexto de oferecer "segurança", mas, na verdade, usaram essa falsa justificativa para extorquir dinheiro. Ao se recusarem a pagar, os comerciantes eram ameaçados de morte, violência física e incêndios criminosos. OR utilizava chamadas de vídeo em grupo pelo WhatsApp para intimidar as vítimas e estipular os valores exigidos, que poderiam ser pagos em dinheiro ou via Pix.
A identidade de OR era ocultada com o uso da imagem de Tommy Shelby, personagem da série Peaky Blinders , e ele alegava manter contato com criminosos presos, que seriam seus superiores.
Outro membro do esquema, o CRLS, conhecido como “Maxixi”, também reforçava as ameaças e, em algumas situações, assumia uma postura mais agressiva, com violência nas abordagens e controle direto sobre a cobrança das taxas ilegais.
Denúncias e medidas de proteção
A GCCO destacou a importância da colaboração da população para combater o crime organizado e reforçar que as denúncias podem ser feitas de forma anônima, garantindo o sigilo, pelos telefones (65) 98173-0700 ou 197.
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